sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Saudades... A verdadeira relação entre amor e memória...

Melancolia...
Saudades...
Sentimento estranho que não obedece à razão...
Por vezes pensamos que só sentimos saudades do que está longe...
Mas nem sempre é assim...
Quantas vezes a saudade invade nosso cotidiano trazendo aos nossos pensamentos pessoas com as quais estamos frequentemente... Como explicar? Talvez em nosso íntimo a frequência devesse ser maior e maior...
E quando sentimos saudades daquilo que nunca tivemos?
Saudade daquilo que sonhamos ter...
Saudade daquilo que sonhamos viver...
Saudade de um desejo latente...
Saudade de um amor platônico...
O mundo dá mil e uma voltas (literalmente)...
Podem passar horas... Dias... Semanas... Meses... Anos... Ou Décadas...
E ainda assim... Quando algo ou alguém se faz realmente importante em nossas vidas e por algum motivo se faz então ausente... Sentiremos saudades...
Saudade dói...
Dor que atinge a alma...
Dor, muitas vezes, sem solução...
Dor que tortura e aflige em uma busca, mesmo que irreal, de ter de volta o objeto amado...
Quando nos perdemos em momentos de saudade estamos tentando trazer de volta aquilo que já não temos... Ainda que seja só em pensamento... Muitas vezes não é o suficiente, mas é o que há...
E que assim seja, pois somos humanos e vivemos de acordo com o que a vida nos oferece...
Pelo menos resta-nos o consolo de ter algo para recordar...          
Momentos para lembrar...
Um passado que vale a pena querer reviver...

domingo, 22 de agosto de 2010

Diferenças

Eu diria que administrar diferenças é uma das coisas mais difíceis na vida de qualquer ser humano.
Acredito que uma das grandes dádivas que a vida nos dá é a oportunidade de conhecer e conviver com o diferente.
Mas então por que será que uma grande parte das pessoas se esquiva do contato com o aquele que não é igual?
Tenho por hábito dizer o seguinte: Essa história de que todos nós somos iguais não existe. Todos nós somos iguais em DIREITOS e DEVERES, mas enquanto seres humanos dotados de características únicas e singulares SOMOS DIFERENTES sim... E isso é muito bom.
Ao cruzar nossas informações é possível aprender tanta coisa. Dar um pouco de si e receber um pouco do outro. Aceitar as diferenças como um complemento relativo aquilo que você não tem e oferecer a mesma oportunidade ao outro.
O triste tem a oportunidade de receber alegria;
O nervoso tem a oportunidade de receber calma;
O ansioso tem a oportunidade de receber tranquilidade;
O inseguro tem a oportunidade de receber segurança;
O medroso tem a oportunidade de receber coragem;
O frio tem a oportunidade de receber calor;
Do encontro de dois ou mais seres humanos pode nascer infinitas combinações resultantes dos diferentes tipos de personalidades em questão. Cabe a você transformar tais encontros em evolução, em união. Permita-se ser um agente de mudança no outro, e que o mesmo aconteça com você.
Em busca do melhor sempre J.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O valor das palavras

Bem... Hoje me utilizo do fragmento de um texto a respeito da psicanálise freudiana para falar de um tema que sempre considerei de grande relevância e importância. O texto é de Nelson da Silva Junior[1] e foi publicado na revista Psicoterapias (edição nº 1).

“...Há algumas histórias tão boas que não importa se são ou não verdadeiras, pois, de certo modo ilustram a verdade mais fielmente do que os fatos poderiam fazê-lo. Conto então uma história sobre Sigmund Freud (1856-1939) que me foi relatada por um amigo há muitos anos...
Meu amigo assinava o contrato de aluguel de um apartamento em São Paulo quando conheceu a senhora em questão. Ao saber que ele era analista em formação, ela se apressou em dizer que era psicóloga, que tinha estudado com o psicólogo epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) e havia conhecido Freud. Segundo contou, sua tia era uma mulher muito bonita, de uns 30 anos, que já tinha procurado vários médicos devido a dores cuja causa nenhum deles havia encontrado. Com relutância, marcou uma consulta com Dr. Freud, controverso especialista em doenças nervosas de Viena. Ao encontrar o psicanalista, declarou com impertinência sua falta de confiança na psicanálise. “Se é verdade que o senhor trata só com as palavras, isso será inútil. Não acredito que meras palavras tenham poder sobre minhas dores do corpo.”
O experiente médico teria se mantido imperturbável. Perguntou sobre o que a trazia ali, quando suas dores tinham começado, onde eram, se e quando mudavam de intensidade, quais tratamentos tinha tentado, se tinha outros incômodos e também sobre sua vida em geral. Quando pareceu satisfeito, iniciou um discurso um pouco surpreendente para ambas:
“Vejo que a senhora, apesar dos males que a afligem, é de rara beleza. Isso não deve ter lhe escapado, uma vez que, imagino eu, não devem ser poucas as expressões de admiração e as conseqüentes investidas dos cavaleiros de nossa cidade. Sua pele é de uma textura extremamente delicada e saudável”. Nisso se levantou, pegou um espelho que mantinha preso no ferrolho da janela e o aproximou da dama, oferecendo a imagem da qual falava à jovem senhora, visivelmente lisonjeada. “Observe! Trata-se mesmo de uma beleza pouco comum, algo oriental, com grandes olhos negros e ligeiramente oblíquos”... Completou o elogio com uma espécie de apoteose ao momento sublime que aquele rosto capturava. “Observe minha senhora, e não se esqueça jamais desse momento. Ele é a própria imagem do ápice da beleza feminina encarnada em um roto simplesmente perfeito!” Nisso, com efeito, a expressão da jovem havia se transformado. Seus olhos brilhavam, seu rubor saudável indicava uma felicidade vivaz e satisfeita. Ela estava simplesmente exuberante e deliciada com o que via.
“Contudo”, continuou com outro tom de voz, “se examinarmos com cuidado, será possível notar que os primeiros sinais da velhice já se anunciam sutilmente”. “Veja bem”, disse aproximando o espelho do olhar hesitante da jovem. “Um pequeno, mas indisfarçável reticulado se irradia dos cantos das pálpebras e dos lábios...” A angústia da moça ao confirmar aquelas marcas as sulcava um pouco mais. Dr. Freud tinha experiência detectar os sinais mínimos de perturbação interior. Bastou que indicasse as poucas irregularidades da pele para que as lágrimas brotassem dos olhos baços da infeliz. “Talvez o que vê agora seja meramente fruto de sua aflição diante da verdade: que nosso melhor tempo é como um só dia de sol antes de um longo inverno de decadência contínua.” Nisso, a jovem senhora já contemplava outra imagem. Seu nariz e olhos, inchados com o choro, e a fronte, avermelhada com a tensão, de fato pareciam confirmar a profecia do médico. Foi então que seu tom de voz de novo mudou e assumiu um ar benevolente e carinhoso. “A senhora se recorda do rosto divino que viu há pouco nesse mesmo espelho?” Ela acenou afirmativamente com a cabeça, incapaz de falar. “Pois bem, minha senhora, ele se transformou na imagem que vê agora apenas com o poder das palavras!”
Essa curta e mítica história nos serve para apresentar o problema que ocupou Freud ao longo de sua produção da teoria e da clínica psicanalíticas: é evidente que as palavras têm o poder tanto de curar quanto de adoecer uma pessoa...”
Por isso... Cuidado com as palavras proferidas a você ou aos outros... Utilize-as para promover saúde e felicidade intra e interpessoalmente e não o contrário ;) .







[1] Nelson da Silva Junior é psicanalista e doutor pela Universidade de Paris VII. Professor livre-docente do departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), professor visitante da Université de Bretagne Occidentale, professor do curso de psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Membro do departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanpalise e da Associação Universitária de Pe3squisa em Psicopatologia Fundamental. Autor dos Livros Le fictionnel em psychanalyse. Une étude à partir de l’oeuvre de Fernando Pessoa (Presses Universitaires du Septentrion, 2000) e Linguagens e pensamento. A lógica na razão e desrazão (Casa do psicólogo, 2007).

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pessoas que trocam pessoas...

Bem... Geralmente quando escrevo sobre algum tema me preocupo em buscar assuntos que realmente façam algum sentido para mim... Isso me ajuda a escrever com sentimento, e não apenas teorizar de forma distante sobre qualquer questão.
Então... O tema de hoje é polêmico e profundamente triste, pelo menos assim eu o percebo.
Existem pessoas que trocam de amigo como trocam de roupa... E vejam bem... Não estou questionando o ato de agregar mais amigos... Estou me referindo ao ato de escolher um e descartar o outro.
Não é de hoje que vejo em minha rotina diária uma série de situações assim... Pessoas que declaram amor eterno e apaixonado por alguém e, por conta de mudanças e giros que a vida tem, passam a ignorar o outro por conta do surgimento de uma nova pessoa em sua vida...
Por vezes não é uma pessoa que surge como opção de escolha... Pode se tratar de um curso... Um trabalho... Momentos tristes... Momentos alegres... Enfim... Tudo se torna um motivo para o velho discurso: NÃO TENHO TEMPO...
Estranho... Talvez por considerar que sempre posso (e devo) ajudar aos outros... Não consigo me sentir bem ao pensar em ter que trocar uma pessoa por outra... É preciso um certo malabarismo para tentar amparar a todos aqueles que acredito precisarem de mim... Mas estou ali... De alguma forma vou estar ali... Por telefone... Em um scrap... Via sms... Te escutando atenta e verdadeiramente por que sei da importância de ser ouvido (Basta lembrar da minha profissão)...
Pois é... Mas nem todos partilham da mesma profissão, nem da mesma convicção...
Entendam bem... Todos nós temos dificuldades... Problemas... Precisamos o tempo todo nos readaptar... E eu sei que nem sempre é fácil dar conta de tudo... Mas é justamente quando tudo parece mais complicado... Quando você se sente pressionado por todos os lados... Quando você se sente impelido a abandonar alguém... É justamente neste momento que não deveríamos nos abandonar...
Então respire fundo...
E faça desse post um atalho para uma reflexão mais profunda que, de preferência, dinamize uma tomada de consciência e uma mudança de atitude... Não troque pessoas... AGREGUE... Pense que qualquer pessoa que já foi importante na sua vida não merece ser uma opção a ser descartada, mas sim uma conquista a ser preservada.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O medo das escolhas

Em uma aula de hoje falei sobre o medo... Lembrei de um texto que escrevi há muito tempo, e que se aplica em relação ao medo que sentimos em todos os momentos nos quais fazemos escolhas na nossa vida...

Escolhas

Você faz a sua história
É difícil não se perder no caminho
É preciso seguir a pista certa
Posso te dar uma dica
Siga o que te faz sentir
Sensações vazias não preenchem a vida
Fazem você parecer de papel
Qualquer movimento te leva
Qualquer gota te danifica
Qualquer força te destrói
Não gosto de ditar regras
Principalmente pra mim
Preciso do inesperado
Prefiro assim.

sábado, 7 de agosto de 2010

Pequena citação com grande sentido...

"Dois amigos são uma mesma alma vivendo em dois corpos" (Aristóteles, 384-322 a.C.)

Agora me diz: Tem como não gostar de Filosofia? 

Quer tentar me entender um pouquinho? Então conheça Carl Rogers

Desde os tempos de faculdade tenho uma paixão desmedida pela teoria mais bonita que já vi em Psicologia, e também pelo seu criador...Então...


Carl Ransom Rogers, precurssor da Psicologia humanista, criou a linha teórica chamada Abordagem Centrada na Pessoa. Bem... Sim... Mas e daí?

Tornar-se pessoa - Apaixone-se pelos seres humanos que convivem com você

Rogers estabeleceu que todos os homens são bons em sua essência... O que acontece muitas vezes é que por conta das inúmeras situações a que são submetidos ao longo de sua vida podem desenvolver processos e situações de doença... Mas todo homem é, originariamente, Bom.

Um conceito que se faz presente e imprescindível na prática clínica Rogeriana chama-se Consideração Positiva Incondicional... Ter consideração positiva incondicional é receber, e aceitar a pessoa como ela é e expressar uma consideração positiva por ela, SIMPLESMENTE POR QUE ELA EXISTE, não sendo necessário que faça ou seja isto ou aquilo.

E quem é o Terapeuta nesse processo? Tudo se torna ainda mais atraente e desafiador... O profissional não pode simplesmente apropriar-se de uma "técnica", é necessário que lhe seja próprio e natural agir conforme as condições desenhadas por Rogers. Percebe-se então, por exemplo, que a expressão de uma afetividade incondicional só ocorre devidamente se brotar com SINCERIDADE do psicólogo; não há como simular tal afetividade.

Aplique Rogers em sua vida...Se permita apaixonar-se também por este ideal de ser humano bom...

Aqueles que não compreendem ou não aceitam a intensidade e beleza de suas idéias podem tachar Rogers de romântico... Que sejamos românticos como ele então...